Você é o Coiote ou o Papa-Léguas?

 Já faz anos que Coiote tenta, sem sucesso, pegar o Papa-Léguas. Foram empregadas toneladas de material Acme e diversas tentativas de burlar as leis da Física para pegar o pássaro mais ligeiro do deserto.

Muito já se especulou a respeito do caráter desse desenho animado.
Há quem diga que se trata da eterna busca do ser humano (no caso, representado pelo Coiote) pela sua felicidade, por aquilo que completaria sua existência (no caso, o Papa-Léguas). Há uma tese ainda, que a caçada do Papa-Léguas seria uma mera representação da busca do homem – o Coiote – pela mulher perfeita (Papa-Léguas). Há também a teoria da Universidade Federal da Bahia, diz que se trata da representação de duas correntes filosóficas: Coiote é o platônico, aquele que vislumbra uma realidade que não existe. Papa-Léguas seria um arquétipo aristotélico: aquele que lida com a realidade presente, que acredita no que vê. Travar-se-ia, então, um duelo de percepções de mundo. Seja qual for o significado que os escritores e produtores desejaram atribuir à esta caçada, me pergunto qual a dessas visões tem mais impacto na minha vida?
Qual me representa?
Gosto muito desta teoria da Universidade Federal da Bahia, mas na minha cabeça essas duas realidades se misturam, em alguns momentos me vejo como o Coiote, aquele ser que vislumbra uma realidade que não existe mas corre atrás, e com persistência irá conseguir mesmo levando muita bigornada na cabeça;
Mas tem horas que me vejo como o Papa-Léguas, que lida com a realidade, mesmo dolorida, que acredita no que vê, que segue o seu caminho. Ainda assim, vejo os dois como as duas faces da mesma moeda, ora somos um, noutra somos o outro.
Somos transitórios, somos adaptáveis, vencemos o que estiver no nosso caminho para atingir nosso objetivo.
E você, já parou para pensar em quem você é?
Me faço essa pergunta há pelo menos uns 10 anos, até hoje não descobri ao certo, e sinceramente, é a delicia do caminho... me descobrir.