"E se meu irmão não quer o inventário e eu entro com o processo; ele não vai assinar, e o inventário vai ficar parado para sempre?"
Prezados(as),
Quando perdemos alguém, tudo muda para quem fica. A ausência se faz presente nos detalhes do dia a dia, em um rosto que nos lembra quem partiu, nas lembranças dos momentos bons e até das discussões que tivemos. Achamos que conhecemos a reação de todos, mas a verdade é que cada pessoa lida de forma única com o luto. Dois irmãos, por exemplo, podem enfrentar de maneiras opostas a perda dos pais, pois a dor de cada um é singular e incomparável.
No entanto, o luto já é uma fase naturalmente sensível — até para aqueles que se consideram fortes ou que, aparentemente, não tinham tanta afinidade com quem faleceu. Esta experiência pode se tornar ainda mais dolorosa se cercada de disputas ou ressentimentos. Portanto, a orientação para um caminho amigável, com o apoio de um advogado de confiança, pode fazer toda a diferença. É um profissional que ajuda a lidar com o processo de maneira respeitosa, considerando que o tempo do luto é diferente do tempo da lei. A realidade é que, mesmo diante da vontade de parar, a vida continua, e certos processos legais precisam avançar.
Iniciar o inventário não significa esquecer quem partiu ou desejar se apropriar dos bens de um irmão. É uma medida de proteção para todos os herdeiros, uma maneira de garantir que o patrimônio seja preservado e que divergências futuras sejam evitadas — mesmo que nem todos concordem. Esse processo, inclusive, pode começar sem a assinatura de todos, o que nos leva a uma pergunta comum:
"E se meu irmão não quer o inventário e eu entro com o processo; ele não vai assinar, e o inventário vai ficar parado para sempre?"
Resposta: Não. A lei permite que o inventário siga, mesmo que algum herdeiro resista em participar ou assinar. Isso não impede que as decisões e partilhas sejam feitas, garantindo que a vontade de todos os herdeiros seja ouvida e respeitada.
Além disso, é fundamental ter em mente que o impacto do luto se estende até nos rituais fúnebres. Se as decisões nessa fase não forem conduzidas com tato e compreensão, surgem mágoas que afetam todo o processo, inclusive o inventário. É comum que algum familiar se recuse a arcar com os custos do enterro, alegando que não teve voz nas escolhas e que suas opiniões foram desconsideradas. Isso cria conflitos que podem tornar o inventário ainda mais complexo e doloroso para todos.
Por fim, aos pais, fica uma reflexão importante: pensem em seus patrimônios, conversem com seus filhos, deixem tudo ajeitado e organizado. Essa atitude é uma forma de proteger não apenas os bens, mas também os laços familiares, permitindo que os filhos vivenciem o luto de maneira mais leve, com o apoio necessário para seguir adiante.
Compreensão e diálogo são as bases para um processo de inventário mais humano e respeitoso. Estamos à disposição para ajudar em cada passo.
Atenciosamente,
Melissa Azevedo
OAB/SC 45.255
Melissa Azevedo Advocacia
Av. Leoberto Leal, 1235, sala 202. Barreiros, São José/SC - CEP 88110-001
Comentários
Postar um comentário